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A Estante

A Estante

Nunca (2022)

 

Design sem nome (26).pngMestre mundialmente reconhecido do romance histórico, Ken Follett começou como escritor de thrillers e policiais e é a essa género que regressa de quando em vez. No ano passado, lançou Nunca, no qual conta uma típica história de intriga internacional, sem nunca esquecer as histórias pessoais.

No mundo atual, seguimos a vida de várias pessoas, com desafios muito próprios: Kiah, jovem mãe e viúva, num Chade que já não lhe permite sustentar-se, parte numa perigosa jornada rumo a França; Abdul, agente secreto acaba por se cruzar com Kiah na mesma viagem mas com intenção de seguir operações de criminosos da zona; Tamara, agente secreta americana, também no Chade, que tenta afirmar-se como agente de topo, ao mesmo tempo que se apaixona por um agente francês; Chang Kai, vice-ministro da inteligência internacional chinesa, casado com estrela de novelas local e em parte responsável por conter a incerteza na Coreia do Norte, que pode tornar-se perigosa para todo o mundo e Pauline, Presidente dos EUA, a lutar contra várias crises, incluindo  a do seu casamento e da rebeldia da filha.

Follett, como é hábito, balança entre as histórias de cada personagem, sobre os quais vamos sabendo tudo (roupa que vestem no dia a dia, história dos pais e outros familiares, desafios profissionais) com o quadro geral do mundo. Como quase sempre, imperdível.

Kane e Abel (1979)

Design sem nome (27).pngSó agora cheguei a este clássico do fim dos anos 70, escrito por Jeffrey Archer. Em Kane e Abel, Archer conta a história de dois homens, nascidos exatamente no mesmo dia mas com histórias de vida muito diferentes, até serem rivais. William Kane, bem nascido, é filho de um banqueiro de Boston e educado para ser o sucessor natural do pai à frente de um império financeiro e no meio da nata americana. Já a mãe de Abel morreu no parto, sendo o pequeno adotado por uma humilde família polaca. Acaba por se tornar no protegido de um rico barão e, depois de escapar aos horrores da guerra, emigra para os EUA, onde torna proprietário de uma cadeia de hotéis. Ao longo de 60 anos, testemunhamos as mudanças do mundo, as historias individuais e os cruzamentos, repletos de conflito.

A Adoção (2022)

Design sem nome (28).pngBenoît Drousie, belga, conhecido do mundo como Zidrou é um dos nomes centrais da banda desenhada atual, à conta de livros geniais como Verões Felizes e Lydie (com Jordi Lafebre) ou  A Besta (com Frank Pe). Com Arno Monin fez este fabuloso A Adoção de que agora vos falo.

O volume em português, da Ala dos Livros, junta os dois volumes franceses numa só edição, que ainda tem um caderno de esboços e conta a história da relação de um francês reformado, Gabriel e da sua neta adotiva, uma peruana de quatro anos, resgatada a um país em convulsão, após um sismo. Filha adotiva do filho de Gabriel, Quinaya, tendo em conta a vida profissional dos pais acaba por passar muito tempo com o avó paterno, relutante ao inicio. É que ele passou 50 anos no seu talho, trabalhando horas sem fim e na verdade nunca aprendeu a ser pai dos seus dois filhos. E é assim que por intermédio da neta, tenta aprender a ser avó e…pai.

A Adopção é um livro com muito humor e ternura, mas, e para isso não estava preparado, que nos parte o coração e nos pode levar às lágrimas. Mas, isso, faz parte da vida. E da virtuosa obra de Zidrou.

Fangs (2020)

Design sem nome (29).pngFangs é um belo livro. Em todos os sentidos. O objeto em si, faz lembrar, não inocentemente, um livro bem mais antigo, quem sabe, forrado a veludo. Lá dentro, o melhor. Sarah Andersen imagina a história de amor entre uma vampira e um lobisomen, dividindo-a em pequenas tiras, repletas de humor. Imperdível.

Ducks (2022)

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Ducks – Two Years In The Oil Sands é a autobiografia em novela gráfica de Kate Beaton, hoje autora de banda desenhada de sucesso. Conta a história de como as pessoas da zona do Canadá de onde Kate é oriunda tinham poucas oportunidades de trabalho em casa, indo muitas vezes para os campos de petróleo de Alberta, onde a vida era dura, mas os salários, altos. Foi assim que Kate pagou os seus empréstimos estudantis, mas foi também ali que conheceu uma realidade muito próprio caraterizada por um forte assédio sexual, resultado de um ambiente tipicamente masculino, no qual os homens, em número muito maior, passavam longas semanas sem ver outras mulheres que não as colegas. Temas como as condições de segurança e os efeitos daquela indústria, nomeadamente na fauna, são também explorados por Beaton. Um triunfo visual e narrativo.

Days of Sand (2022)

Design sem nome (23).pngDays of Sand é um triunfo das novelas gráficas e um dos melhores, ou mesmo o melhor, livros que li em 2022. O quarto livro de Aimée de Jongh conta a jornada, baseada numa história verdadeira, de um jovem fotografo americano em plena Grande Depressão. Aos 22 anos, em 1937, John Clark é chamado a documentar as miseráveis condições vida das pessoas que viviam no chamado Dust Bowl, onde, à pobreza extrema se juntavam intensas tempestade de areia, que prejudicavam a saúde e as colheitas. Clark faz o seu trabalho sem deixar de ser profundamente tocado pelas histórias desesperadas que encontra.