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A Estante

A Estante

Cassandro (2023)

Design sem nome.pngSaul (Gael Garcia Bernal) é um mexicano de 35 anos com poucos recursos e uma grande paixão por lucha livre. Gay assumido é lutador ocasional, servindo sobretudo para perder contra outros, mais dentro da norma. Trabalha numa oficina e faz uns biscates de costura, ajudando a mãe, que entre a noite e o dia vai ganhando a vida. O pai está vivo, mas despreza a ex-amante e sobretudo o filho, pela sua orientação sexual. Determinado a melhorar dentro dos ringues, consegue a ajuda de uma treinadora e começa a subir na consideração dos fans da modalidade, conseguido respeito e sucesso, mesmo nunca deixando de ser um Exótico, um tipo específico de lutador, efeminado. É baseado numa história verídica.

Sex Education (2019-2023)

Design sem nome.pngÀ quarta temporada, Sex Education despede-se. E foi uma bela jornada, na qual acompanhamos Otis (Asa Butterfield) um adolescente tímido no habitual ambiente feroz de um liceu, mesmo que este liceu pareça mais cool do que todos os outros. À medida que vai encontrado o seu espaço, acaba por passar por dois acontecimentos determinantes: apaixona-se por Maeve (Emma Mackey) e abre uma clínica de educação sexual na escola, ajudando os seus colegas, com a sua sensibilidade e os conhecimentos adquiridos junto da mãe, essa sim, a terapeuta sexual de renome, Jean (Gillian Anderson). Nesta nova temporada, pouco depois de Otis e Maeve finalmente se entenderem (beijarem) ela muda-se para os EUA, onde vai estudar e ele, com vários dos amigos de sempre, para uma escola WOKE e com vários desafioos a conquistar. Acaba em beleza, uma das mais frescas séries dos últimos anos.

Uma rapariga com potencial (2020)

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À beira dos trinta anos, Cassie (Carey Mulligan) vive com os pais e trabalha numa cafetaria, algo que espanta todos a que conhecem, sobretudo tendo em conta que tinha iniciado o curso de medicina, desistindo a meio. Com o passar da ação, percebemos que Cassie continua na faculdade, presa a um acontecimento marcante: a violação da amiga Nina, em quem ninguém acreditou. Cassie é agora uma espécie de justiceira desviante, fazendo-se de bêbada para dar lições a homens que dela se querem aproveitar, tal como os que se aproveitaram de Nina. Enquanto, isso fecha-a a toda a felicidade da vida, mesmo quando um antigo colega de faculdade se esforça mesmo por reentrar na sua vida. O filme mais original que vi nos últimos meses. 

Doce Tóquio (2022)

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Da pouca literatura japonesa que consumi, há uma característica comum que muito me agrada: uma escrita simples com significado complexo. É o que se passa em Doce Tóquio, de Durian Sukegawa. Sentarô, ex-presidiário, tem uma dívida de gratidão e de muito dinheiro para com o seu patrão. Nem o facto de ele estar morto faz com que deixe de a querer pagar, passando os seus dias a fazer dorayaki, uma espécie de panquecas recheadas, que confeciona como um autónomo, sem paixão. Mas vai pagando a dívida à viúva. Nos intervalos, bebe demasiado e deixou o sonho de ser escritor.

A sua vida muda quando conhece Tokue, uma senhora de idade, com umas mãos estranhas, que quer trabalhar para si, por uma fração do salário justo. Depois de muita resistência, Sentarô aceita a ajuda e começa a perceber o quão especial a idosa é. Faz a melhor pasta de feijão doce que já comeu e ajuda o negócio a crescer, ao mesmo tempo que, por muito que o parão a queira escondida, começa a conquistar os clientes, em especial, a adolescente Wakana.

Aos poucos, Sentarô e Wakana vão conhecendo o passado triste de Tokue e a explicação para as suas mãos deformadas, o que abre as portas para o conhecimento do autor para a forma como as pessoas com uma determinada doença eram tratadas no Japão, até meio dos anos 90.

Este é um livro sobre fé na pessoas e sobre o sentido da vida. Em 2015, deu em filme.

O Segredo da Criada (2023)

Design sem nome (2).pngNão muito tempo depois dos acontecimentos do primeiro livro, Millie está um pouco como antes. Trabalha para uma família rica enquanto ela se mantem no limite da sobrevivência, vivendo num pequeno apartamento num bairro pouco recomendável. Vítima dos caprichos de mais uma senhora rica, acaba por necessitar de encontrar uma nova ocupação, conhecendo os Garrick, donos de um luxuoso apartamento. Cabe-lhe limpar, cozinhar e fazer recados, convivendo com Douglas, que lhe dá instruções precisas do que quer que Millie faça, com uma simpatia dura. Já Wendy, supostamente doente, nunca deixa o quarto e nunca se deixa ver, algo que desperta o lado de investigadora de Millie. Enquanto isso, tem uma nova relação, com Brock, um advogado bem-sucedido que não a faz esquecer um amor do passado. Como no volume anterior, lemos uma segunda parte em que é Wendy a contar-nos a história…

A Criada (2023)

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Livro sensação um pouco por todo o mundo, A Criada, de Freida McFadden, apresenta-nos Millie, uma ex-presidiária em busca de uma forma de subsistência. À beira da indigência, aceita trabalhar para os Winchester, uma família riquíssima, limpando, cozinhando e cuidando da filha do casal. Mas, Millie está encurralada entre Andrew, atraente e charmoso e Nina, uma mulher em rota de autodestruição que insiste em dar-lhe indicações que chocam umas com as outras, apenas para a repreender depois. A relação com a filha do casal, caprichosa e mimada, também não é a melhor, mas, Millie, não pode simplesmente deixar este emprego e depois de dias duros, descansa num minúsculo quarto, sem janelas e com uma tranca…por fora. Provando que nem tudo é o que parece, McFadden apresenta-nos na segunda parte do livro a visão de Nina, dos mesmos acontecimentos que vimos antes pelos olhos de Millie…. Imperdível.

Um cão no meio do caminho (2022)

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José Viriato tem mais de 50 anos, vive num bairro modesto da margem sul e vive do lixo que apanha de noite. Desde cedo, em miúdo, quando vivia no mesmo bairro, entendeu que a sua vida não seria tradicional. Recusou desde sempre um emprego com um patrão e desiludindo a família (a avó, que lhe escreve sem ter resposta, está muito presente na história). Descobre que aquilo que os outros deixam para trás, tem beleza e que há outros como ele, que a conseguem ver. Vive disso, sem luxos. Acorda tarde, bebe café fora, uma vez por dia, e vagueia pela noite, com os seus dois cães, uma paixão de sempre.

Mas esta também é a história de Beatriz, a Matadora, igualmente solitária e com uma vida pouco tradicional. Marcada por um amor unidirecional, vive sozinha, com as suas centenas de caixotes, todos catalogados e repletos de objetos e recordações que talvez um dia possam dar jeito a alguém. Quando adoece, conta com José para a ajudar e os dois começam a unir as solidões, através de histórias passadas. Mais um grande livro de Isabela Figueiredo.