Um Homem de Sorte (2018)
Bille August, conhecido por realizar a adaptação de A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende, aventurou-se, muitos anos mais tarde em adaptar ao cinema este Likke Per conhecido por cá como Um Homem de Sorte. Aqui, no fim do Séc. XIX, conhecemos Peter Andreas, um jovem dinamarquês à beira de trocar a Jutlândia por Copenhaga, para cumprir o sonho de se tornar engenheiro. Para trás deixa um pai, conhecido e respeitado clérigo que não esconde a desilusão com a vida do filho e a mãe, obediente.
Em Copenhaga, ao mesmo tempo que tem sucesso académico, começa a tentar vender o seu projeto, que esbarra sempre na sua juventude, falta de meios e atitude obstinada e incapaz de se desviar um milímetro da sua vontade. Começa a atrair os olhares femininos, desde uma empregada de um restaurante, que lhe dá amor e a mão em alturas de solidão e fome e logo passa para um alvo bem mais apetecível: a família Solomon.
Peter Andreas conhece o irmão mais velho da rica e influente família e continua a conquistar toda a família, incluindo as duas filhas. A mais nova logo cai aos seus pés, mas Per não para até conquistar a mais velha (a que irá receber a maior parte da herança), nem que para isso tenha que destruir um noivado. Mas mesmo quando atinge a possibilidade real do seu projeto ir em frente, Per nunca está feliz nem realizado e é nessa altura em que começa a pensar no regresso à Jutlândia, de onde sempre fugiu.
São quase três horas de luta interior que valem muito a pena.