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Coralie Fargeat, realizadora francesa, faz, em A Substância, uma crítica à forma como as mulheres são descartadas quando atingem uma certa idade. É o que acontece a Elisabeth Sparkle (Demi Moore, nomeada para o Óscar de Melhor Atriz). Aos 50 anos, a sua carreira está em acentuada queda e acaba mesmo por ser dispensada do seu programa de televisão. É nessa altura que descobre um soro, a tal substância, que lhe promete recuperar a juventude. Na verdade, o soro cria uma versão mais jovem de si mesmo e as duas versões devem viver, à vez.
A quebra dessa regra será catastrófica. Durante sete dias, vive Elizabeth. Nos sete dias seguintes, vive Sue (Margaret Qualley), uma lindíssima mulher de 20 e poucos anos que logo conquista o mesmo espaço de celebridade que Elizabeth antes tinha. Ganha o casting para um programa de televisão e torna-se numa estrela adorada por todos o que faz com que tenha cada vez mais dificuldades em recolher-se no tempo certo. Está claro de ver que algo corre muito mal. Se a premissa é mais do que interessante, as concretizações, sobretudo das consequências do não cumprimento das instruções de uso do soro, perdem-se no choque fácil e num gore desnecessário. Tal como a carreira de Sparkle, A Substancia começa bem, atinge um pico e acaba por cair a pique.