A Última Batalha do Imperador (2003)
Este “Monsieur N.” conhecido por cá como “Napoleão – A Última Batalha do Imperador” já tem vinte anos, mas só agora o vi. Nele encontramos Napoleão (Philippe Torreton) no exilio na ilha de Santa Helena, uma pequena ilha descoberta pelos portugueses, mas nunca colonizada até os ingleses tomarem conta dela. Foi lá que o antigo imperador francês viveu os seus últimos dias. Ou será que não? Antoine de Caunas explora a possibilidade de história diferente, a da fuga ardilosa de Napoleão da ilha. Nos entrefolhos da narrativa escapa a possibilidade de o imperador ter acabado a vida como homem livre e não de ter morrido isolado e prisioneiro.
Mas mais do que esta linha, o que mais interessa no filme é como a figura de Napoleão, mesmo em queda, criava grande impacto em todos os que os rodeavam. Desde logo continuava a ter à sua volta uma pequena corte, de bajuladores e interesseiros, mas também dos mais dedicados súbditos. E pelo filme, também os ingleses lhe tinham respeito e temor, como se comprava pelas apertadas medidas de segurança que Napoleão fingia ignorar ou pelo menos minorar. A malha aperta quando chega à ilha Sir Hudson Lowe (Richard E. Grant), um oficial com um currículo cheio de falhanços que quer impor mais e mais apertadas regras a Napoleão, numa postura de ódio com algum mal disfarçado respeito. É no jovem oficial Heathcote (Jay Rodan) que Napoleão deposita algum respeito.