Já está nas livrarias o novo livro de Ken Follett, mestre dos romances históricos e autor de clássicos como Os Pilares da Terra, Um Mundo Sem Fim ou a trilogia O Século. Desta vez, o galês leva-nos aos mistérios de Stonehenge e um tempo muito longe daquele que já abordou.

Na ação, estamos em 2.500 A.C. e conhecemos o mineiro Seft, de 16 anos, que vive apenas com o pai, autoritário e violento, e com os dois irmãos, brutos e pouco inteligentes. Sem sentir grande amor pela família, a parte melhor da vida de Seft é Neen, dois anos mais velha e parte do povo dos criadores de gado, mais urbano e evoluído. Meses depois de a conhecer, Seft regressa à sua companhia para o Solecístico de Verão e deita-se com ela. Surpreendido por ela não ter a certeza de o querer como companheiro para a vida e repreendido e espancado pelo pai, Seft isola-se, para fugir à família e à sua realidade. 

Feito um homem e liberto da família, regressa para reclamar a mulher que ama e para fortalecer a amizade com Joia, sacerdotisa dotada e irmã de Neen, que sonha com a construção de um círculo milagroso de pedras. É essa visão que inspira Seft a levar a cabo, uma grande obra, usando tudo aquilo que sabe e aquilo que vai descobrindo sozinho (não deixa de haver aqui um paralelismo com Tom, o pedreiro que se torna construtor de uma catedral em Os Pilares da Terra).

Mas Follett não se fica por aqui. Se Seft, Neen e Joia começam por ser personagens centrais e a elas volta sempre, há muitos outros capítulos em que quase nos esquecemos deles. Follett dá-nos a conhecer três povos muito diferentes que moram na grande planície ou nas suas imediações. Os cuidadores de gado, aos quais pertence Neen, Joia e a sua sábia mãe Ani, além do irmão Han, que se apaixona por Pia, pertencente a uma tribo de agricultores. Ali, conceito estranho, as mulheres são propriedade dos homens e quando ficam viúvas, devem procurar novo homem no espaço de um ano, pois não podem ser donas de terras nem do seu destino. Aqui, esse povo é liderado pelo tirano Troon, por oposição ao grupo de anciões que lidera com base em sugestões e não ordens. Vamos conhecendo esta e outras diferenças entre os povos e conhecemos ainda o povo dos bosques, vive da caça e de tudo o que a natureza oferece, não vivendo com as mesmas preocupações e pressa do que os outros povos. Bez é o membro mais citado desta tribo, ele que se torna amigo de Han e que o adota como membro honorário.

Follett nunca desilude e apresenta mais uma lição de história, em forma de romance.