Ozark (2017-2022)
Marty Byrde (Jason Bateman) aceitou lavar dinheiro para um cartel de droga mexicano, mas manteve uma vida quase chata, no seu escritório, por muito que a atividade o fosse afastando, aos poucos da família. Numa altura em que o sócio se tornou demasiado vistoso para o gosto do discreto Marty e a mulher, Wendy (Laura Linney) procura calor nos braços de outro homem, um dos tenentes do cartel resolve visitar os fornecedores de Chicago, acabando por meter a maior parte deles em barris de ácido.
Marty, mais inteligente e inocente do que os outros, convence o “patrão” de que pode lavar mais dinheiro num pequeno paraíso desconhecido ao redor do lago Ozarks onde os mais pobres e saloios convivem, por vezes, com os mais ricos. Deslocando a família para o Missouri, Marty começa a lutar contra o tempo para lavar dinheiro dentro dos prazos e montantes exigidos à medida que tenta que os filhos tenham uma vida tão normal quanto possível e tenta voltar a ganhar confiança na mulher.
Mas o cartel não é o único problema dos Byrde. Além das suspeitas que a sua fuga levanta no FBI e a desconfiança da polícia local num homem recém-chegado com dinheiro vivo para investir (num hotel, num bar de senhoras dançarinas, numa funerária, numa igreja, um ambicioso casino...) Marty bate de frente com a família Snell, habituada a ter o monopólio local do crime e com os Langmore, pequenos/médios criminosos que lhe cobiçam os sacos de dinheiro que leva para a nova casa, mesmo que da família, tacanha, possa sair Ruth (Julia Garner), candidata a braço direito de Marty. Claro que, com o avançar das temporadas, outros vilões se juntam para nunca dar descanso a Marty, aparentemente imperturbável.
Ozark, criação de Bateman, mais conhecido por papeis em comédias românticas ou filmes de humor, faz lembrar Breaking Bad. É localizada numa cidade pouco óbvia; tem um ambiente próprio e sobretudo, tudo o que pode correr mal, corre mal ou pior. Uma obra prima.