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A Estante

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Rabo de Peixe (2023)

Design sem nome (17).pngRabo de Peixe é um fenómeno mundial, estando nos tops da Netflix. Não sendo a série do ano, é motivo de orgulho para a ficção local. Tem excelentes atores a fazerem muito bem o seu trabalho; tem uma história original que se desenrola de forma competente; é bem filmada e tem um visual interessante. É verdade que descai para um lado demasiado POP, pouco condizente com a pobreza e melancolia dos Açores, mas sem isso, a série seria menos comercial e ser comercial não é necessariamente algo mau.

Rabo de Peixe leva-nos ao início dos anos 2000 quando um barco ao largo dos Açores perde a sua carga: 500 quilos de droga. Se parte dá à costa e é apreendida, outra grande parte fica à mercê dos mais conhecedores dos mares. Eduardo (José Condessa) segue a maré e encontra uma boa parte da carga. Ele que sempre foi pobre, só tem a memória da mãe e o pai, cego. Vê no pó um sinal de mudança de vida, finalmente. Para se fazer rico, conta com a ajuda dos melhores amigos: Carlinhos (André Leitão), gay frequentado por homens casados que dele têm vergonha; Rafael (Rodrigo Tomás), estrela de futebol na adolescência e agora pescador/pequeno criminoso e a sua namorada e amor de Eduardo, Silvia (Helena Caldeira). Mas, a riqueza fácil bate de frente com a polícia (Maria João Bastos e Salvador Martinha) e dos bandidos, locais (Albano Jerónimo ou Afonso Pimental) e internacionais (Francesco Acquaroli e Marcantonio Del Canto).

Rabo de Peixe, uma das mais pobres e esquecidas freguesias de Portugal, é apenas pano de fundo e possivelmente as vidas sem esperança das suas gentes seriam melhor retratadas noutro registo mas esta aventura que mete mulheres de bikini e cabelo rosa, bem como alguns estereótipos e episódios sem grande surpresa, no geral, é um belo produto que acrescenta bastante ao streaming em português.